terça-feira, 3 de setembro de 2019

Vamos falar sobre Depressão

Sábado passado estive no Senac Bertioga, no evento Casa Aberta, falando sobre depressão.
Foi um encontro muito bom em que os presentes puderam ter acesso à informações importantes sobre o assunto, tirar dúvidas, bater um papo, colocar suas impressões e, acima de tudo, sair dali como multiplicadores de informação.
Depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz alterações no humor. Seus principais sintomas são

  • tristeza profunda
  • irritabilidade excessiva e impaciência
  • agressividade desproporcional
  • fogs de memória
  • apatia
  • distúrbios do sono (dormir muito, dormir pouco, acordar durante a noite, insônia)
  • distúrbios no apetite (comer demais ou comer muito pouco)
  • crises de ansiedade
  • queda na produtividade no trabalho (erros, faltas, atrasos, acidentes)
  • isolamento social e familiar
  • verbalização do desejo de morrer ou tentativa de suicídio
  • perda de prazer nas atividades diárias
Segundo dados da USP, o Brasil é o país da América Latina com mais casos de depressão. Esses são dados importantes e preocupantes, porque nossas políticas públicas em saúde mental ainda são muito deficitárias. 
Existem muitas crianças e jovens sofrendo de depressão hoje em dia e esse é um fenômeno mundial.
Seria muito bom se todas as escolas e instituições de ensino estivessem abertas a falar com seus alunos sobre saúde mental. 
Pais e professores precisam estar antenados com essa realidade, seja para observar, seja para encaminhar.
Na criança e no adolescente, além dos sintomas mencionados acima, é preciso prestar atenção em:

  • queda no rendimento escolar
  • falta de interesse em atividades de lazer
  • necessidade de isolamento
  • imersão no mundo digital (jogos, redes sociais)
  • cansaço desproporcional
  • tédio
  • automutilação
Embora pareça ajudar, nunca devemos dizer a uma pessoa com depressão que ela precisa ter força de vontade, que ela parece bem, que é vitimização, que existem pessoas piores do que ela... A pessoa com depressão sabe de tudo isso, mas ela está doente e, portanto, precisa de ajuda médica. Você pediria pra um paraplégico ter força de vontade para sair da cadeira e andar? Pois então...
Ao invés de cobranças, esteja disponível. Diga que você estará sempre presente, que entende o que a pessoa está sentindo, pergunte se pode ajudar em algo e, em casos muito graves, leve a pessoa ao médico compulsoriamente.
Quem trata da depressão são profissionais de saúde mental: psiquiatras e psicólogos.
Qualquer outro profissional que não seja da área de saúde mental não pode tratar depressão. Esqueça fórmulas mágicas, chazinhos, cursos imersivos, coachs, etc. Depressão é coisa muito séria e precisa que o profissional tenha muito conhecimento e muita experiência no assunto para tratar.
E por falar em tratamento, a depressão é geralmente tratada com medicamentos e terapia. A equipe de de saúde mental determinará qual o melhor tratamento para cada doente.
NUNCA TOME MEDICAMENTOS POR CONTA PRÓPRIA OU POR INDICAÇÃO DE AMIGOS.
Muitos medicamentos podem ter efeitos colaterais muito ruins, aumentar a agressividade ou até mesmo levar ao suicídio. Portanto, somente o médico poderá indicar o melhor remédio e o paciente será monitorado para que se verifiquem os efeitos e a possível necessidade de alteração de doses ou até mesmo mudança nos remédios.
Não sinta vergonha, não tenha preconceito. A saúde mental também precisa de atenção.
Procure ajuda, sempre!

Abaixo algumas imagens do encontro.















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