quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Doença de Parkinson



Algumas doenças neurológicas podem apresentar sintomas semelhantes e por esse motivo a avaliação criteriosa e cuidadosa deve ser ponto de partida para o diagnóstico mais preciso.
Antigamente conhecida como Mal de Parkinson, atualmente denominada Doença de Parkinson, foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson.
É uma doença que afeta um local do cérebro conhecido por substância nigra fazendo com que essa região se deteriore e perca sua função normal. Os neurônios dopaminérgicos dessa região começam a morrer e consequentemente a dopamina fica diminuída, causando assim a doença e seus sintomas.
O doente de Parkinson, no início da doença, passa a observar sinais mais ou menos clássicos, como tremor de repouso (as mãos tremem mesmo quando pousadas em algum lugar), perda da força nas mãos, sobretudo na mão dominante, dificuldade em escrever (a caligrafia começa a se tornar pequena e tremida). Se não houver tratamento, a doença progredirá para graus mais graves, comprometendo o caminhar, a postura, etc.
O paciente poderá apresentar prejuízos cognitivos tais como: déficits no controle inibitório, na flexibilidade cognitiva, na memória de trabalho, no planejamento e na atenção. Poderão ocorrer também déficits na linguagem, sobretudo na fluência verbal.
Com relação à demência, nem todas as pessoas com Doença de Parkinson vão apresenta-la, porém estima-se que 1/3 dos portadores de Parkinson acabem desenvolvendo uma condição demencial. A demência deverá ocorrer em casos mais avançados da doença ou em pessoas que adquirem Parkinson em idade mais avançada. De qualquer forma, como já descrevemos os prejuízos cognitivos, os sintomas na demência de Parkinson serão relacionados a esses déficits (processos de pensamento mais lentos, letargia, dificuldade ou perda da capacidade de tomada de decisão, de planejamento, de raciocínio e para lidar com situações novas). Poderá haver sintomas menos frequentes como perda de controle emocional, angustia, depressão ou explosões de raiva e delírios. Porém, esses últimos sintomas poderão ser desencadeados ou acentuados pela própria medicação. Por esse motivo, é necessário um acompanhamento cuidadoso do doente, para que se possa verificar até que ponto será necessária a troca por outra medicação à qual o paciente seja melhor adaptado.
Existe ainda uma condição chamada de Parkinsonismo Secundário onde o doente apresenta sintomas da Doença de Parkinson, porém tal condição não necessariamente é causada pela doença, embora essa ainda seja sua principal causa.
Embora 70% dos casos de parkinsonismo secundário, sejam causados pela própria Doença de Parkinson, outros 30% podem ter causas tóxicas (como causadas pela ingestão de certos medicamentos), metabólicas ou outras condições neurológicas. Nos casos de parkinsonismo secundário, após exames laboratoriais e investigação minuciosa, suspendendo-se a possível causa da síndrome (intoxicação medicamentosa, intoxicação por produtos químicos, causas metabólicas, etc), os sintomas melhoram podendo até mesmo desaparecer. Isso não ocorrerá na Doença de Parkinson propriamente dita, onde a remissão dos sintomas ocorrerá apenas com a utilização de drogas específicas, com tratamentos de indução elétrica transcraniana ou ainda com cirurgia específica.
Segundo o Hospital Sírio-Libanês, “o conjunto de sinais e sintomas neurológicos chamado de síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo é composto por tremores, lentidão e pobreza dos movimentos voluntários (acinesia ou bradicinesia), rigidez (enrijecimento dos músculos, principalmente no nível das articulações), instabilidade postural (dificuldades relacionadas ao equilíbrio, com quedas frequentes)”.
E muito importante é o diagnóstico preciso da doença, com a realização de exames clínicos, escuta do paciente, da família, exames de imagem para que se possam excluir outras doenças que porventura se assemelhem aos sintomas do Parkinson (como a demência por corpúsculos de Levy, por exemplo) ou mesmo o parkinsonismo secundário, proporcionando assim, ao paciente, a melhor terapêutica para seu caso específico.



________________________________________________________
REFERÊNCIAS

ALZHEIMER´S AUSTRALIA. Drugs used to relieve behavioural & psychological symptoms of dementia. Disponível em Acesso em 27/11/2014

____________________ What is dementia? Disponível em Acesso em 27/11/2014.

ASSOCIAÇÃO PARAENSE DOS PORTADORES DE PARKINSON. O que é doença de Parkinson? Disponível em Acesso em 26/11/2014.

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE FAMILIARES E AMIGOS DOS DOENTES DE ALZHEIMER. Doença de Parkinson e Demência. Disponível em Acesso em 27/11/2014.

HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS. Doença de Parkinson – Parkinsonismo. Disponível em Acesso em 26/11/2014.

PAULA, Jonas Jardim et all. Exame neurpsicológico de pacientes com comprometimento cognitivo leve e demência. in FUENTES, Daniel et all. Neuropsicologia: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.




Licença Creative Commons
O trabalho Doença de Parkinson de Desirée dos Reis Sergente está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição  4.0 Internacional.

Nenhum comentário: